O presente artigo, intitulado “Silêncio que Fala: A Luta pela Inclusão da Comunidade Surda no Brasil”, tem como propósito investigar a complexa trajetória da inclusão dos surdos no contexto histórico brasileiro. Nesta perspectiva, o termo “Silêncio” é compreendido aqui não apenas como ausência sonora, mas como expressão das formas de exclusão e marginalização sociocultural e da língua impostas à comunidade surda. Contudo, é deste silêncio imposto que revela uma voz, coletiva e resistente, que fala por meio da Língua Libras, da afirmação identidade surda, das lutas por reconhecimento e da resiliência cultural visual. Assim, propõe-se examinar o percurso histórico da educação e inclusão da comunidade surda, analisar reflexões teóricas dos desafios enfrentados e conquistas alcançadas ao longo desse processo de transformação social, cultural e linguística. Este aborda, também, a trajetória histórica e sociopolítica da Comunidade Surda no Brasil, destacando os avanços legislativos, os desafios persistentes e a importância da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como elemento central da identidade surda. Discute-se a construção da identidade e cultura surda, bem como da luta por uma educação bilíngue que respeite as especificidades da comunidade surda. Salienta-se que apesar do reconhecimento dos marcos fundamentais da LIBRAS pela Lei nº 10.436/02 e a instituição da Educação Bilíngue de Surdos pela Lei nº 14.191/21, ainda são insuficientes diante das barreiras estruturais e terminológicas que comprometem a efetiva inclusão. O artigo enfatiza a necessidade de políticas públicas que promovam a valorização da identidade surda e a ampliação de espaços de socialização e fortalecimento cultural, destacando o papel da Comunidade Surda como protagonista de sua própria história. Conclui-se que, apesar dos avanços, a efetivação de uma sociedade inclusiva requer um esforço coletivo para superar os desafios e consolidar os direitos conquistados.