Este artigo visa contribuir para o debate sobre as perspectivas da Sociologia e Antropologia desde o golpe de janeiro do ano de 2023, ou seja, preconiza uma contemplação demasiada a respeito das influências sociopolíticos e culturais de um acontecimento específico – o chamado golpe de janeiro do ano de 2023. O debate aponta como a influência destas disciplinas podendo convergir no sentido de assimilar as repercussões desta dura agressão não só para a democracia brasileira, mas para a sociedade como um todo e como este evento modificou estruturas de poder, vínculos sociais, identidades e a compreensão acerca do Estado de direito e da Cidadania. No papel da Sociologia, o interesse ficaria por conta de uma investigação mais aprofundada das instituições, da responsabilidade do Estado, da reação dos manifestantes e das condutas de poder, analisando de que maneira a ferocidade política, bem como a ruptura institucional delinearam as relações sociais e políticas. Na disciplina da Antropologia, este conceito deve se convergir nas expressões culturais e simbólicas desse golpe, testemunhando consternados os atos de vandalismos, narrativas e o molde de como grupos opostos atuam e reagem ao acontecimento, além das mutações nas condutas de vida e nos valores da sociedade afetada por uma minoria antidemocrática que não constituem uma nação, tampouco constituem a vontade da sociedade brasileira. A comunicação interdisciplinar entre esses campos contribui para uma interpelação abrangente e multifacetada, assentindo não só compreender a implicação iminente do golpe, mas igualmente as transformações de médio e longo prazo nos universos político, cultural e principalmente social. E é exatamente a relação de ambas as disciplinas que se constitui a transformação metodológica visando modificações mais amplas em relação a promoção do autoritarismo e a crise das democracias de modo a corroborar com a importância dos papeis institucionais e de reiterar incumbência da pátria com a democracia.