A Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma modalidade essencial para garantir o direito à educação àqueles que, por diferentes razões, tiveram suas trajetórias escolares interrompidas. No Brasil, esse direito é assegurado por marcos legais como a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), sendo reforçado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA. Essas diretrizes orientam a construção de propostas pedagógicas que considerem as especificidades dos sujeitos jovens, adultos e idosos que frequentam essa modalidade. As Diretrizes Curriculares da EJA propõem uma abordagem pedagógica diferenciada, baseada na valorização dos saberes prévios dos estudantes, no respeito às suas experiências de vida e na articulação do conhecimento escolar com o cotidiano. Tais princípios exigem do educador uma postura reflexiva, crítica e sensível às múltiplas realidades sociais e culturais que compõem as turmas da EJA. A organização curricular, nesse sentido, precisa ser flexível, interdisciplinar e significativa para os estudantes. No entanto, ainda existem muitos desafios na implementação efetiva dessas diretrizes nas escolas públicas. A precarização da infraestrutura, a falta de formação específica para os professores e a desvalorização histórica dessa modalidade são entraves que precisam ser superados. Além disso, é necessário reconhecer a EJA como uma política de equidade e não apenas como uma forma de “reparo” educacional, articulando-a com políticas públicas sociais mais amplas. Este artigo propõe uma análise crítica das Diretrizes Curriculares da EJA, refletindo sobre os seus princípios, sua implementação nas redes de ensino e seus alinhamentos com as práticas pedagógicas atuais. Busca-se, assim, contribuir para o fortalecimento da EJA como espaço de emancipação e garantia de direitos, promovendo uma educação pública, gratuita, democrática e de qualidade para todos, independentemente da idade.