A avaliação escolar é um componente essencial da prática pedagógica, sendo tradicionalmente utilizada para mensurar e classificar o desempenho dos estudantes. No entanto, nos últimos anos, essa visão tem sido ampliada para considerar a avaliação como um processo contínuo, dinâmico e integrado ao desenvolvimento educacional. A perspectiva formativa da avaliação ganha espaço por sua capacidade de contribuir para uma aprendizagem mais significativa, promovendo o crescimento dos alunos a partir de seus próprios ritmos e estilos de aprendizagem. Ao assumir uma função mediadora, a avaliação deixa de ser apenas um instrumento de aferição de resultados e passa a desempenhar um papel estratégico na construção do conhecimento. Nessa lógica, o professor atua como facilitador e interlocutor, utilizando os dados obtidos por meio da avaliação para planejar intervenções pedagógicas que atendam às necessidades específicas de seus alunos. A mediação pedagógica, assim, se concretiza em um processo dialógico, reflexivo e inclusivo. A avaliação formativa busca identificar os avanços e dificuldades dos alunos de maneira contínua, oferecendo oportunidades de intervenção pedagógica em tempo hábil. Isso permite não apenas um melhor acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem, mas também uma valorização das potencialidades individuais de cada estudante. A escuta ativa e a análise qualitativa tornam-se fundamentais nesse processo. Com base nesse paradigma, o papel do professor se expande para além da função de avaliador. Ele se transforma em um mediador atento às nuances do processo de aprendizagem, sensível às diferenças e capaz de adaptar sua prática a partir dos dados que coleta. Essa atuação exige formação contínua, planejamento pedagógico intencional e uma postura ética e democrática. Além disso, é necessário considerar que a avaliação mediadora contribui para a construção de um ambiente escolar mais justo e colaborativo. Quando os alunos percebem que estão sendo avaliados de forma respeitosa e que suas necessidades são levadas em conta, há maior engajamento, motivação e confiança. O processo de aprendizagem, nesse contexto, se torna mais eficaz e prazeroso. Portanto, este artigo propõe uma reflexão crítica sobre a avaliação como prática mediadora, enfatizando sua importância no Ensino Fundamental. A intenção é demonstrar que, ao compreender a avaliação como parte integrante do processo pedagógico, é possível fortalecer a autonomia dos estudantes, valorizar suas trajetórias e promover uma educação mais inclusiva e equitativa.