O diário, enquanto categoria do gênero biográfico, tornou-se, historicamente, uma maneira possível de o indivíduo viver ou de acompanhar o movimento da vida pelo texto em que confia o papel de vestígio de conduta – sua maior utilidade. Ter um diário é tornar possível o reencontro de elementos de um passado anotado ao qual é associada uma memória cujo rastro é legível e escape das fantasias e reconstruções da memória. Este trabalho aborda o gênero com a intenção de discutir suas características principais, as motivações básicas de autoria, e singularidades de aproximação entre espaço de aprendizagem não escolar, registro diarístico como escrita de si e formação literária profissional. A temática central, portanto, é o (auto)letramento literário por meio do diário enquanto gênero biográfico.