A Educação do Campo no Brasil surge como resposta histórica às lutas dos movimentos sociais e às demandas por uma educação contextualizada e voltada para as especificidades rurais. Ao longo das últimas décadas, diversas políticas públicas foram formuladas com o objetivo de garantir acesso, permanência e qualidade do ensino para populações do campo. Contudo, apesar de avanços importantes, ainda persistem desafios significativos para a efetiva integração da sustentabilidade como eixo estruturante dessas práticas educativas. Este artigo analisa o papel das políticas públicas voltadas à Educação do Campo, com destaque para programas como o PRONERA, o PARFOR e as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, discutindo suas potencialidades e limitações. A pesquisa baseia-se em revisão bibliográfica narrativa e análise documental de legislações e diretrizes nacionais. Argumenta-se que, embora existam iniciativas relevantes, sua implementação ainda é fragmentada e marcada por descontinuidades políticas. O estudo aponta que a consolidação da Educação do Campo depende da articulação entre Estado, movimentos sociais e comunidades locais, assim como da valorização dos saberes tradicionais e da inserção da sustentabilidade nos currículos. Conclui-se que, sem políticas públicas contínuas e efetivamente comprometidas, a Educação do Campo corre o risco de permanecer como política compensatória, incapaz de promover transformações estruturais. Portanto, é necessário repensar estratégias de gestão e ampliar investimentos, assegurando que a sustentabilidade seja compreendida como princípio transversal para o fortalecimento da educação rural.

Palavras-Chave: 

Educação do Campo; Políticas Públicas; Sustentabilidade.