O ETARISMO REVERSO NA ACADEMIA: QUANDO SER MUITO JOVEM É UM ENTRAVE
Renan Antônio da Silva
Resumo
O presente artigo discute o fenômeno do etarismo reverso na academia, isto é, o preconceito e a resistência enfrentados por jovens pesquisadores que desafiam estruturas tradicionais e hierarquias simbólicas historicamente consolidadas. Em muitos espaços universitários e de pesquisa, a juventude é paradoxalmente percebida como fragilidade, imaturidade ou inexperiência — mesmo diante de trajetórias produtivas, publicações de impacto e contribuições científicas relevantes. Essa exclusão velada manifesta-se nas práticas institucionais, na avaliação de mérito e nas interações interpessoais entre gerações acadêmicas. A partir de reflexões fundamentadas em autores como Pedro Demo (2000; 2015), Foucault (1979; 1996) e Minayo (2010), além de análises e experiências descritas por Renan Antônio da Silva (2021; 2023), em obras sobre inclusão e poder simbólico, este trabalho busca compreender como o discurso da “experiência” é mobilizado para silenciar o novo e reificar o velho como sinônimo de autoridade. Discutem-se, assim, as implicações éticas, epistemológicas e políticas desse tipo de discriminação, ainda pouco reconhecido nas ciências sociais e na educação superior. A pesquisa propõe um olhar crítico sobre as formas de violência simbólica que afetam a legitimidade de jovens cientistas, problematizando o mérito acadêmico como construção social. Conclui-se pela urgência de repensar os critérios de reconhecimento e pertencimento, abrindo espaço para uma academia plural, horizontal e verdadeiramente emancipatória.
Palavras-Chave:
Etarismo reverso; Juventude acadêmica; Poder simbólico. Mérito científico; Epistemologia crítica.






