JOSÉ DE ALENCAR, MACHADO DE ASSIS E OSWALD DE ANDRADE: A BRASILIDADE DA LÍNGUA NACIONAL
Marta Helena Facco Piovesan
Resumo
Este estudo tem como finalidade analisar a atuação de três grandes escritores, no campo das batalhas simbólicas, centradas no Rio de Janeiro e com repercussões em Portugal, por uma narrativa moderna para representar a nação brasileira. Autores como José de Alencar, Machado de Assis e Oswald de Andrade combateram pela invenção de uma literatura individual, nacional, com língua brasileira, tratamento e motivos específicos. Mediante a teoria dos críticos Afrânio Coutinho (1978) e Antônio Cândido (2006) parte-se da hipótese de que a literatura brasileira se constituiu como um espaço de tensões: de um lado, o esforço de formar um sistema literário autônomo, afirmando a busca por uma tradição própria; de outro, a compreensão da nação como um processo narrativo inacabado, atravessado por ambivalências, negociações culturais e ressignificações das heranças coloniais. Esta pesquisa de cunho qualitativo e bibliográfico visa a analisar como a literatura brasileira se consolidou não apenas como expressão estética, mas também como instrumento de construção simbólica da nacionalidade, observando-se como cada um dos autores, à sua maneira, participou das disputas em torno da definição do que seria o “ser brasileiro” e de como a língua portuguesa, em território nacional, deveria se reinventar para acolher novas realidades históricas e culturais. Assim, observou-se que a literatura brasileira não se configurou como um produto acabado, mas como uma prática em disputa, atravessada por forças contraditórias que, em vez de suprimir diferenças, incorporaram-nas ao processo de invenção nacional.
Palavras-Chave:
José de Alencar; Machado de Assis; Oswald de Andrade; Identidade; Língua Portuguesa.






