O uso de textos dissertativo-argumentativos como instrumento de seleção em diferentes contextos, além de impelir alunos de diferentes idades a dominá-los, exerce também pressão sobre a escola, que precisa didatizar esse gênero textual/discursivo. As escolas buscam ensinar como argumentar, proliferando manuais de redação que pretendem revelar a “receita”, a “fórmula” do bem redigir e do bem argumentar. Tal fato se deve à condição primeira do discurso em geral, que é a interação verbal e a ação que o locutor executa no sentido de buscar a adesão, mesmo que virtual, de seu interlocutor. O espaço escolar se caracteriza pela heterogeneidade de seus sujeitos e, diante dessa realidade, a argumentação tem muito a contribuir ao promover estratégias de desenvolvimento linguístico de modo a favorecer o uso social da escrita e o exercício da cidadania.