Este artigo analisa os desafios da implementação das políticas públicas de Educação Ambiental (EA) no Brasil e sua relação com o empreendedorismo sustentável como estratégia de desenvolvimento local. O estudo toma como referência o município de Brejo Grande, no estado de Sergipe, caracterizado por sua localização litorânea, riqueza ambiental e dependência das atividades pesqueiras e agroextrativistas. A investigação parte do pressuposto de que a Educação Ambiental, ao ser inserida de forma efetiva nos currículos escolares e nas práticas comunitárias, pode se articular ao empreendedorismo sustentável, estimulando iniciativas inovadoras e solidárias que promovam geração de renda, preservação ambiental e fortalecimento da cidadania. Para tanto, a pesquisa utilizou abordagem qualitativa, de caráter exploratório e bibliográfico, além de dados documentais e observacionais. Constatou-se que, apesar da existência de uma base legal consolidada — como a Lei nº 9.795/1999 (Política Nacional de Educação Ambiental) e a Constituição Federal de 1988 —, ainda existem lacunas na implementação prática das ações, especialmente em municípios de pequeno porte como Brejo Grande. A carência de recursos financeiros, a falta de formação docente adequada e a fragilidade das articulações entre escola, comunidade e poder público dificultam a transformação da Educação Ambiental em política efetiva de desenvolvimento. O estudo conclui que a articulação entre políticas públicas, saberes comunitários e empreendedorismo sustentável é fundamental para que a Educação Ambiental cumpra seu papel emancipatório, promovendo uma cidadania ambiental crítica e a construção de alternativas de desenvolvimento local sustentáveis.