Este artigo apresenta o relato e a análise de uma proposta pedagógica intitulada “Mundos de Papel”, desenvolvida no Centro de Educação Infantil Padre Matias Bonar Gonzalez, na cidade de São Paulo – SP, com bebês do Berçário I e II. O projeto teve como objetivo proporcionar experiências sensoriais por meio da exploração de materiais impressos que vêm se tornando raros no cotidiano infantil, como revistas, jornais, gibis e uma máquina de escrever. Em contraposição à crescente presença das telas digitais na infância, buscou-se resgatar a materialidade do papel como mediadora de descobertas, sentidos e interações. A pesquisa tem abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, e baseia-se em referenciais teóricos sobre cognição corporificada, abordagem Reggio Emilia e práticas sensoriais na Educação Infantil. Os resultados demonstraram que os bebês responderam com entusiasmo e curiosidade às propostas, revelando a importância do ambiente preparado, da estética e do respeito ao tempo da criança como elementos centrais na promoção de aprendizagens significativas. A experiência reafirma o papel da escola como espaço de escuta, encantamento e construção de memórias sensoriais na primeira infância.