Este estudo investiga os parâmetros legais e sociais da participação da família na prática educativa da medida socioeducativa de internação, considerando as lacunas entre a legislação e sua efetiva implementação no processo de ressocialização de crianças e adolescentes. Embora a inserção da família nas políticas públicas esteja legalmente assegurada, observa-se que o Estado transfere responsabilidades sem garantir os meios necessários para o exercício pleno da proteção familiar. A pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, envolveu análise documental e observação assistemática de famílias com adolescentes internados em centros socioeducativos. Os resultados revelam obstáculos estruturais e subjetivos, como a precariedade socioeconômica, a distância entre o município de origem e o local de cumprimento da medida, estigmas e processos de marginalização, que comprometem a participação efetiva das famílias e os objetivos da socioeducação como prática educativa transformadora e libertadora.