O presente artigo tem como objetivo discorrer sobre as contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para a atuação do psicólogo escolar junto à família da pessoa com deficiência intelectual. A pesquisa adota como metodologia a revisão bibliográfica e utiliza como base teórica as contribuições de Lev Vygotsky no estudo da pessoa com deficiência intelectual (defectologia) e suas relações com o entorno social. Calcada no método dialético de investigação científica, a Psicologia Histórico-Cultural compreende que a deficiência intelectual não se constitui em um impedimento ao desenvolvimento individual, mas sim em uma barreira passível de ser transposta, parcial ou totalmente, conforme mediações sociais adequadas e desenvolvimento de elementos culturais capazes de suprir, mesmo que em partes, aquilo que natural ou socialmente não se constituiu de modo pleno. Destaca que o psicólogo escolar pode atuar junto à família no sentido de acolher e orientar quanto aos desafios da deficiência intelectual, visto que a educação, primeiramente, ocorre no contexto familiar, proporcionando a formação de vínculos, a estruturação da personalidade e as bases para as relações sociais mais amplas. Conclui que considerar os fatores sociais, históricos e econômicos, nos quais o indivíduo está inserido, é fundamental para a compreensão da pessoa com deficiência intelectual e estimulação de suas potencialidades junto à família. Para isso, deve-se atentar aos limites máximos de seu desenvolvimento intelectual (Zona de Desenvolvimento Próximo) e não aos limites mínimos do seu desempenho (Zona de Desenvolvimento Real), o qual, evidentemente, encontra-se limitado em pessoas com deficiência, mas não impedido.