O interesse em saúde mental da criança tem aumentado nos últimos anos de maneira expressiva. Tal preocupação vem do fato de que pesquisas recentes têm encontrado uma prevalência de problemas de saúde mental na criança com variação de 10 até 20%, sendo considerada a causa mais importante de problemas na infância. Por essa razão é importante contextualizar que a utilização em massa de agrotóxicos na agricultura se inicia na década de 1950, nos Estados Unidos, com a ‘Revolução Verde’, que teria o intuito de modernizar a agricultura e aumentar a produtividade. No Brasil, esse movimento inicia na década de 1960 e, com a implantação do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas (PNDA), e ganha impulso na década de 1970. Sabe-se que as crianças são expostas a agrotóxicos por vias ambientais, em diferentes lugares, tais como: casas, escolas, gramados e jardins, bem como pela alimentação e água contaminadas, e também por vias ocupacionais, durante sua participação nas atividades de trabalho da família, por meio do contato com os pais, após terem lidado com estes agentes químicos durante as atividades de trabalho. O processo global de exposição no ambiente agrícola oscila com períodos de maior e menor exposição, porém é contínuo, e, considerando-se a exposição materna, as exposições infantis têm início na vida intrauterina, pela passagem da maioria desses compostos pela placenta e, após o nascimento, pelo leite materno durante a amamentação. O Brasil é considerado o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, sendo que a região Sul é responsável por, aproximadamente, 30% desse consumo. Por todas as razões citadas, esse artigo tem por objetivo esclarecer a população de uma forma geral sobre os riscos que os agrotóxicos vêm trazendo para todas as idades quando se pensa em vida saudável. Infelizmente não conseguimos vislumbrar todos os problemas relacionados aos riscos para a saúde, que são o câncer, problemas na saúde mental, problemas respiratórios, estomacais etc. O mais importante é que sejam feitas reflexões sobre este tema e assim concretizar um alerta por meio de evidências científicas, em que a sociedade de um modo geral faça pressão, para que ocorra a construção de políticas públicas que possam proteger e promover a saúde humana e dos ecossistemas impactados pelos agrotóxicos.