Este artigo apresenta uma reflexão, a partir da obra literária “A bela história do Pequeno Príncipe”, da relação entre a ficção – que deu vida ao filho do Conde de Saint-Exupèry, ANTOINE DE SAINT-EXUPÈRY, que nasceu em 1900, em Lyon na França, e teve uma infância tranquila – e o período de pandemia pela Covid-19, situação que nos exigiu resiliência, que nos colocou numa condição de exílio – involuntário. Assim como o Pequeno Príncipe, Saint-Exupèry, nos deixou misteriosamente, com o seu desaparecimento durante uma missão secreta na África, em 31 de julho de 1944. Recentemente, em maio de 2020, vivemos um exílio causado pela pandemia Covid-19, essa “terceira guerra mundial”, que chegou de repente e com um inimigo invisível, mas que aos poucos desvela tantos conflitos humanos e dilacera as paredes que abrigam uma diversidade de sofrimentos. Os muitos “eus” do Pequeno Príncipe também representam as várias personas que encenamos no teatro da vida e que o torna preocupado, sério, decepcionado, alegre, inteligente, sensível, intuitivo, responsável, disciplinado, dedicado, perseverante, indignado e triste, mas que sabe rir e chorar – se ama, se protege e se respeita, e também, julga a si mesmo. E no ritmado dessas significativas aprendizagens, a partir das possíveis respostas às perguntas simples e complexas que surgem durante nossa existência, estabelece-se uma linha tênue com o saber advindo da ingenuidade infantil e da racionalidade adulta.